quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Trem Triciclo para Convencional

Muitos aeromodelistas  já pensaram em mudar o trem de pouso triciclo para convencional por uma série de razões praticas e relacionadas na maioria das vezes com o campo de vôo. Principalmente quem quase sempre voa em pistas de grama ou terra batida onde tem a marca de pisadas de animais pesados.

Nestes casos o trem convencional tem vantagens sobre o trem triciclo principalmente no tocante a resistência mecânica. E na proteção ao servo de direcionamento, que não mais sofrerá forças bruscas que eventualmente quebrarão a travessa de comando ou fará com que as engrenagens sejam virtualmente trituradas. Num campo com pista de grama impactos violentos contra a bequilha do nariz são inevitáveis tanto no pouso quanto na decolagem. Não raras vezes o horn de nylon preso a mola da bequilha quebra, ou então o kwick-link parte deixando a roda virada a 90° e entortando a haste do trem. Isto quando não atinge a parede de fogo quebrando-a e nos remetendo de volta para a oficina.

Para evitar estes tipos de inconvenientes recomendo o planejamento da construção do seu modelo em relação as condições de vôo que enfrentará. Refiro-me especificamente ao trem de pouso, planejando a mudança para trem convencional e considerando a abertura do trem  entre as rodas principais. Existem problemas a serem considerados principalmente quando o modelo em questão é um asa alta porque devemos reforçar muito bem a fuselagem internamente com compensados epoxiados aos lados e na base interna da fuselagem, a ser comentado mais adiante. Por hora vou dar as dicas de posicionamento do novo trem de pouso.

Devem ser consideradas determinadas medidas para o posicionamento do trem, assim não teremos o problema de  pilonagem constantemente . É recomendável posicionar aquele modelo que estamos restaurando em posição de vôo horizontal. Assim facilita a medição  de posicionamento em relação ao BA ( bordo de ataque ). O eixo do trem, aquele onde fica a roda deve estar a no máximo 5 centímetros a frente do BA ( bordo de ataque ) e a no mínimo dois centímetros a frente do CG deverá ficar a base de fixação do trem dentro da asa. Estas medidas além de facilitarem a elevação do grupo de cauda reduzem muito o efeito de pilonagem. No caso das nervuras serem de compensado porque o modelo já era com trem na asa bastará colar um reforço em " U " ao lado interno das duas nervuras e encaixar a base que deve ficar parelha com o chapeamento do BA ( bordo de ataque ).Se as nervuras à frente da longarina principal forem de balsa então cortaremos uma cópia das nervuras em papelão e as recortaremos em compensado 3 a 4 mm já deixando um encaixe  em forma de " U " para colar a base do trem de pouso. Alguns modelistas preferem colar apenas um reforço em uma única nervura, porém eu não recomendo, porque isto vai prejudicar muito a resistência da base já que teremos que colar a nervura com o trem previamente fixado ao reforço, causando dificuldades para o chapeamento e entelamento do modelo. E no caso de reparos por entortamento do trem, haverá um risco muito grande de quebra da nervura de compensado. Assim prefira um trem removível ao estilo do trem triciclo. Rodas de três polegadas ou três polegadas e meia são adequadas para um  modelo de 1800 gr até 2700 gr. 



Mas minha asa é isopor chapeado. Sem problemas, bastará marcar a área que precisa para encaixar a base do trem e retirar o material até que permita encaixar a nova base do trem, que recomendo ser duplamente mais larga e um pouco mais grossa. Coloque epoxi dentro da cavidade encaixe a madeira da base pressionando-a até nivelar com a superfície da asa. Lixe o excesso de cola e madeira e fixe o trem aí.

No caso de ter-mos que colocar o trem na fuselagem porque não queremos abrir a asa, posicione a base de compensado logo à frente da caverna que sustenta o pino de fixação da asa colando-a diretamente e internamente contra as laterais da fuselagem e encostada a caverna em questão, porém tome cuidado para  não fechar a entrada do pino da asa. Cole simultaneamente dois reforços de compensado em forma de triângulo nas laterais encostados e colados diretamente na caverna mencionada. Não esqueça de planejar a furação em relação ao trem que vai ser usado, e procure manter o trem principal com uma pequena inclinação para a frente - o eixo deve ficar levemente a frente da linha central que compõe o trem a ser fixado.

Afastamento entre rodas deve ser considerado de maior importância , visto que um trem com rodas muito aproximadas tende a fazer o modelo tocar com a ponta da asa no chão e fica muito instável quando temos vento lateral no taxiamento. Afaste as rodas até um terço da envergadura ou um pouco mais. Isto ajuda a controlar a direção do modelo mesmo quando este encontra um obstáculo como uma toceira de grama ou buraco.

A hélice deve ter uma distância mínima do solo de  cinco centímetros quando a cauda estiver em posição de vôo horizontal, isto evita que sugue pequenas pedras lançando-as contra os outros e contra si próprio e também não permite que atinja o solo quando a cauda se ergue mais que o normal, e ajuda a passar acima de elevações eventuais que existam na pista.


Por fim basta colocar-mos uma bequilha de cauda presa diretamente ao direcional, travada por uma base de ancoramento feita em compensado, colado na base da fuselagem. Utilize uma roda de borracha de 3/4" ou uma polegada porque fica mais fácil para rolar na grama.
por Clair Ebersol González

2 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Trem Triciclo para Convencional
    Agradeço pela publicação da minha matéria.
    Casa da Balsa

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