domingo, 29 de janeiro de 2012

Concorde



O Concorde foi um dos dois aviões supersônicos de passageiros que operaram na história da aviação comercial, sendo o outro o soviético Tupolev Tu-144. Possuía uma velocidade de cruzeiro de Mach 2.04 (algo entre 2.346 km/h e 2.652 km/h), e um teto operacional de 17.700 metros de altura (aproximadamente 58.070 pés). Voos comerciais começaram em 21 de janeiro de 1976 e terminaram em 24 de outubro de 2003. Foi operado apenas pela Air France e British Airways.



No final da década de 1950 era de interesse das agências americana, francesa, inglesa e soviética a criação de uma aeronave supersônica de transporte de passageiros. Cada um dos países possuía seu próprio projeto. Porém, no começo da década de 1960, devido aos enormes custos deste tipo de projeto os governos de Inglaterra e França decidiram juntar forças. E em 28 de novembro de 1962 foi assinado um tratado entre a companhia britânica British Aircraft Corporation (BAC) e a companhia francesa Aérospatiale, que juntas tornariam realidade o projeto da aeronave supersônica para passageiros.

No início do projeto, o Concorde tinha cerca de 100 pedidos das companhias mais importantes do mundo, alem de Air France, Pan Am e BOAC (que futuramente se tornou a British Airways),

que eram as companhias lançadoras do projeto do Concorde, faziam parte desta lista companhias como: Japan Airlines, Lufthansa, American Airlines, Qantas, TWA, etc.

A construção das duas primeiras aeronaves protótipos começou em fevereiro de 1965. O

Concorde 001 foi construído pela Aerosptiale em Toulouse enquanto que o Concorde 002 foi construído pela BAC em Filton. O Concorde 001 decolou para seu primeiro voo de teste em 2 de março de 1969, sendo que o primeiro voo supersônico foi realizado no dia 1º de outubro do mesmo ano.

Em 4 de setembro de 1971 o Concorde começou a sua série de voos de demonstração em sua turnê pelo mundo afora, inclusive inaugurando o Aeroporto Internacional de Dallas-Fort Worth em 1973 quando a aeronave visitou os Estados Unidos. Estes voos de demonstração fizeram com que o Concorde acumulasse um número de pedidos de mais de 60 aeronaves.

Entretanto, uma avalanche de cancelamentos nos pedidos se iniciou devido a uma conjunção de vários fatores, como: a crise do petróleo dos anos 1970, dificuldades financeiras por parte dos parceiros das companhias aéreas, a queda do concorrente russo do Concorde, o Tupolev Tu-144, e alegados problemas ambientais como ruído (sonic boom) e poluição. No final, apenas Air France e British Airways sobreviveram como únicas compradoras do Concorde.

Ambas as companhias europeias realizaram uma série de voos testes e vôos de demonstração ao redor do globo com o Concorde a partir do ano de 1974. Nestes voos foram estabelecidos alguns recordes aeronáuticos que ainda hoje não foram superados. No total, foram realizadas 5.335 horas de voo com os três modelos do Concorde, o protótipo, o modelo de pré-produção e o modelo final de produção. No total, foram realizadas cerca de 2 000 horas de testes em voo supersônico. Estes números são quatro vezes maiores do que qualquer outra aeronave subsônica de tamanho semelhante.

Em 21 de janeiro de 1976 o Concorde começou seus voos comerciais, com um voo ligando Paris ao Rio de Janeiro (fazendo uma escala em Dakar). Voar no Concorde era uma experiência única. Tendo uma velocidade de cruzeiro em torno de 2,5 vezes a de qualquer aeronave de passageiros (1.150 nós contra 450 nós, sendo 1.292 nós o recorde em 19 de Dezembro de 1985), ele foi capaz de um feito memorável: um Concorde e um Boeing 747 da Air France decolaram ao mesmo tempo, o Concorde de Boston e o Boeing 747 de Paris. O Concorde chegou em Paris, ficou

uma hora no solo e retornou a Boston, pousando 11 minutos antes do Boeing 747.

Turbulência era uma coisa que raramente o Concorde enfrentava, devido à grande altitude em que ele voava. Olhando pela janela podia-se ver claramente a curvatura da Terra, e a aeronave era mais rápida que a velocidade de rotação da Terra e isso se fazia notar quando ela decolava após o pôr do sol de Londres e chegava a Nova Iorque ainda de dia. Porém, por se tratar de um avião supersônico, o Concorde emitia muito ruído e poluição e assim por muito tempo ele não pôde pousar nos EUA por causa de leis ambientais.

O serviço de passageiros no Concorde permaneceu sem acidentes por cerca de 24 anos, atendendo regularmente, além de Nova Iorque e Washington, as cidades de Miami, Bridgetown (Barbados), Caracas, Ilha de Santa Maria, Dakar, Bahrain, Cingapura, Cidade do México e Rio de Janeiro. Ao longo destes anos, o avião rodou o mundo nas duas direções, visitando todos continentes, exceto a Antártica. Porém, em 25 de julho de 2000, um Concorde da Air France (Voo Air France 4590) acidentou-se (com perda total) por causa de uma peça de um DC-10 da Continental Airlines que estava no meio da pista e havia decolado 5 minutos antes do Concorde, causando a paralisação de toda a frota francesa e britânica. Este acidente foi o começo do fim para o Concorde.

Após o acidente, o Concorde sofreu algumas modificações e 15 meses depois do acidente ele voltou ao serviço de passageiros. Porém, em 10 de abril de 2003, Air France e British Airways decidiram juntas encerrar os voos comerciais do Concorde. A Air France encerrou os vôos do Concorde em 31 de maio de 2003 enquanto que a British Airways encerrou os voos em 24 de outubro do mesmo ano.

O último voo oficial do Concorde foi dado a cabo por um British Airways Concorde, em 26 de novembro de 2003 para a sua casa natal (Filton/Inglaterra), em que foram realizadas homenagens ao Concorde, como o movimento do "Bico" (Levantamento e Baixamento), logo depois seus motores foram desligados fechando um dos mais gloriosos capítulos da aviação.

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